Amando aquilo que vemos

Hey, para só um pouquinho!
Quando foi a última vez que você se olhou?
Faça uma pausa, permita-se olhar, reconhece a pessoa que você está refletindo no espelho?

Bell Hooks dizia em Vivendo de Amor, que “a prática de amar começa com nossa capacidade de nos conhecer e afirmar. Tenho percebido que às vezes não amo a imagem ali refletida. Eu a inspeciono. Desde que acordo e me vejo no espelho, começo a me analisar, não com a intenção de me afirmar, mas de me criticar. Isso era comum lá em casa. Quando substituo a crítica negativa pelo reconhecimento positivo, sinto-me mais forte para começar o dia.” 

A afirmação é o primeiro passo para cultivarmos  nosso amor interior. Uso a expressão “amor interior” e não “amor próprio” porque a palavra “próprio” é geralmente usada para definir nossa posição em relação aos outros. Numa sociedade racista e machista, a mulher negra não aprende a reconhecer que sua vida interior é importante.

A mulher negra descolonizada precisa definir suas experiências de forma que outros entendam a importância de sua vida interior. Se passarmos a explorar nossa vida interior, encontraremos um mundo de emoções e sentimentos. E  se nos permitirmos sentir, afirmaremos nosso direito de amar interiormente. 

A partir do momento em que conheço meus sentimentos, posso também conhecer e definir aquelas necessidades que só serão preenchidas em comunhão ou contato com outras pessoas .

Como está a sua prática de amar?
Permita-se. Sinta as suas emoções. Enxergue-se. Sinta o seu corpo. Acolha-se.

✍🏾. #AsMariasDaCasa
Contribuição de Eneida de Paula
Psicóloga do corpo clínico da Casa de Marias