Vamos falar de esperança?

Em tempos tão conflitantes, desafiadores e que nos colocam diariamente diante de diversas formas de sofrimento, é possível ter esperança?

Em tempos tão difíceis, é esperado que cada um lide de forma distinta em situações de crise, se é que podemos dizer que ainda estamos em crise, considerando o tempo e que vivemos em estado de emergência constante, o que já vão virou estado permanente de existência não é? Mas, resignificar as emoções e possivelmente as dores é cada vez mais necessário.

Nós, seres humanos, temos a capacidade de projetar sonhos, planejar a vida e mudar os planos diante das adversidades, mas será que temos algum limite pra resiliência, pra acreditar em possibilidades de existência menos dolorida ao que alguns podem chamar de alma, espírito, consciência? Como profissional da saúde mental, não ouse tentar responder essa questão, mas ouse e renovo essa mesma ousadia a cada dia, acreditando, que enquanto houver vida, seja a de nós que estamos aqui, ou a vida em memória dos que já se foram, me permito ter esperança, ter fé na humanidade, aliás, é a justificativa que me dou pra continuar exercendo o cuidado a saúde mental, não me autorizo a perder a esperança no ser humano, não posso, não me atrevo a parar de tentar e desejo que esse argumento tbm seja plausível a você que está lendo este texto, que tenhamos esperança como ferramenta de sobrevivência, como estratégia diária para não parar de tentar, que possamos não sucumbir a essa devastação e vencê-la pelo cansaço e apesar do cansaço, eu finalizo com uma frase que li no livro de Maya Angelou – Eu sei por que o pássaro canta na gaiola que dizia: “Nada do que é humano me é estranho ou me surpreende”.

Concordando com Maya, acredito que não exista nada mais humano que insistir na esperança, mesmo que ela tenha que ser renovada todos os dias.

Tenhamos esperança!

✍🏾 #AsMariasDaCasa
Contribuição de Fabiana Luiz,
psicóloga do nosso corpo clínico