Olhar e ser visto

A princípio a palavra e o termo parecem sinônimos, mas para a nossa tão complexa subjetividade a semelhança entre as duas passa bem longe.

Lembro-me quando criança, nos bairros periféricos, era muito comum ver na vizinhança o favor de olhar os filhos uns dos outros. E apesar de mais de três décadas passadas e com o advento dos aparelhos tecnológicos e avanço das ciências, percebo que as crianças continuam sendo somente olhadas e não vistas.

Olhamos os filhos nas chamadas de vídeos, os sobrinhos nas redes sociais, os alunos nas aulas online, mas será que essas crianças se sentem vistas?

Vejo e ouço relatos de crianças que querem comprar 1 hora do tempo do pai, hora do tempo da mãe somente para brincarem juntos. Porém, será que nesta uma hora “comprada” com as moedas do cofrinho essa criança será vista?

Para que uma criança seja vista não basta olhar para ela, é preciso escutá-la, senti-la, tocá-la…

Pule as barreiras dos olhos e apure os outros sentidos, permita que sua criança seja vista na sua totalidade e singularidade.

✍🏽 #AsMariasDaCasa
contribuição de Camila Generoso,
psicóloga do nosso corpo clínico.