Um valor essencial para a sociedade.

A economia do cuidado é um tema cada vez mais relevante nas discussões sobre desenvolvimento econômico e justiça social. O trabalho de cuidado, que envolve atividades como cuidar de crianças, idosos, pessoas com deficiência e a manutenção do lar, é essencial para a sustentabilidade da sociedade. No entanto, esse trabalho é frequentemente subvalorizado ou invisibilizado nos sistemas econômicos tradicionais.

A economia do cuidado é uma abordagem que reconhece e valoriza o trabalho de cuidado não remunerado, historicamente realizado principalmente por mulheres e pessoas em condições socioeconômicas vulneráveis. São essas pessoas que garantem a sobrevivência dos corpos, sendo impossível a existência de qualquer atividade remunerada sem esse trabalho.

Essa forma de trabalho envolve atividades como cuidar de crianças, idosos, pessoas com deficiência, doentes e a gestão do lar. Ao contrário da economia convencional, que se concentra na produção de bens e serviços para o mercado, a economia do cuidado reconhece que esse trabalho desempenha um papel fundamental na sustentação da sociedade e na reprodução da força de trabalho.

Não apenas garante o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, mas também contribui para o desenvolvimento humano e social.

A economia do cuidado destaca a interdependência entre os diferentes tipos de trabalho e reconhece que o cuidado é essencial para o funcionamento da economia como um todo. No entanto, muitas vezes, esse trabalho é subvalorizado e não remunerado, perpetuando desigualdades de gênero e socioeconômicas.

Para construir uma economia mais justa e sustentável, é fundamental valorizar e investir no trabalho de cuidado, por meio de políticas e práticas que reconheçam sua importância, remunerem de forma justa e redistribuam equitativamente as responsabilidades de cuidado entre homens e mulheres, bem como entre o Estado, o mercado e a família.

Em resumo, a economia do cuidado propõe uma visão mais inclusiva e compassiva da economia, colocando o cuidado das pessoas e do planeta no centro das políticas e práticas econômicas, visando o bem-estar de todos e a sustentabilidade do nosso mundo.

Estudos mostram que, se fosse remunerado, o trabalho de cuidado geraria trilhões de dólares anualmente. Estima-se que a economia do cuidado contribui com aproximadamente 11 trilhões de dólares por ano globalmente, segundo a Oxfam. Esse valor impressionante reflete a magnitude desse trabalho, que, embora essencial para a economia e o bem-estar social, é muitas vezes realizado de forma invisível e sem remuneração adequada.

Valorizar a economia do cuidado é um passo crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao reconhecer e remunerar adequadamente o trabalho de cuidado, não apenas promovemos a igualdade de gênero, mas também garantimos que todos os indivíduos, independentemente de sua capacidade de gerar renda, tenham acesso a uma vida digna e saudável. O cuidado não é apenas uma responsabilidade privada, mas um bem público que deve ser protegido e valorizado.